Divisão sexual da atividade política e a linguagem de exclusão de mulheres – uma análise feminista e interdisciplinar das fronteiras do cenário político goiano
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mulheres
violência política de gênero
partidos políticos
política brasileira
direitos humanos

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VILAS BOAS MARQUES BUENO E LOPES, Nara; DE FÁTIMA MACHADO, Vilma. Divisão sexual da atividade política e a linguagem de exclusão de mulheres – uma análise feminista e interdisciplinar das fronteiras do cenário político goiano. estudios electorales, [S. l.], v. 17, n. 1, 2024. Disponível em: https://tse.emnuvens.com.br/estudoseleitorais/article/view/271. Acesso em: 12 oct. 2025.

Resumen

Este trabalho analisa a pluricausalidade que ocasiona a sub-representação de mulheres na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) durante a 19ª Legislatura (2019 a 2023), onde apenas 2 deputadas, de 41 assentos, exerceram mandato. Foi utilizada a historicização como ferramenta para descrever e analisar a linguagem de exclusão dirigida às mulheres na política e a divisão sexual do trabalho na atividade política. O trabalho adotou a metodologia da teoria fundamentada em dados, emergindo as categorias aqui analisadas, no qual foram realizadas entrevistas semiestruturadas com as exercentes de mandato naquela Legislatura, bem como com a primeira e a segunda suplentes do cargo de deputada estadual. Foi adotado também o método interpretativo de análise dos dados levantados. As categorias teóricas surgiram a partir da saturação dos códigos encontrados na codificação por agrupamento e por incidente das entrevistas com as parlamentares, somadas à análise do Sistema de Candidaturas Módulo Externo do Tribunal Superior Eleitoral (CANDex), dos registros de candidaturas e informações das candidatas (nas eleições gerais de 2018). O patriarcado, aqui também chamado de hegemonia masculina na política, consiste em categoria central deste trabalho, tendo sido encontrada por meio da codificação por agrupamento dos dados levantados. Apesar de termos conhecimento da existência de diferenças teóricas entre as denominações da categoria central de análise (patriarcado e hegemonia masculina na política), aqui enfocamos na instrumentalização do fenômeno político de alijamento de mulheres. A categoria central se mostrou, ainda, indissociável de outras subcategorias analíticas encontradas que se interconectam entre si, a exemplo da divisão sexual da atividade política (público/privado) também existente no cenário político goiano, da linguagem de exclusão que faz parte da violência política de gênero e, ainda, da existência de violência partidária de gênero. Foi utilizada a chave analítica da perspectiva feminista e da perspectiva interdisciplinar dos direitos políticos das mulheres, como efetivação dos direitos humanos. A conclusão do presente artigo constatou a dificuldade de ocupação e enraizamento das mulheres na política partidária goiana, bem como apontou a adoção de estratégias de mútuo apoio e de afeto em ambientes que incluem e transbordam o cenário político, pelas entrevistadas. Por fim, o estudo verificou a necessidade de ser implementada a perspectiva crítica de gênero também pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para melhoramentos no CANDex.

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