Resumen
O uso de fórmulas algorítmicas para minerar dados extraídos das redes
sociais, para elaborar perfis e induzir escolhas na política, além de resvalar na
privacidade, reduz o debate de ideias que formam o pensamento livre, transformando as democracias em vultos espectrais. Esse cenário de disrupção, de hashtagzição da vida coletiva reduzindo o diálogo a rosnados coléricos e fake
news, facilitou a desinformação e criou ambiente fértil para as milícias digitais,
maquinaria da guerrilha política virtual para ganhar preferência dos eleitores
indecisos. Indagando sobre o futuro da democracia nesses quadrantes, o presente artigo busca conceituar e caracterizar tais organizações, que desafiam
o sistema de justiça analógico, desconectado da velocidade e estratégias dessa nova realidade. A abordagem do financiamento dessas organizações por
grupos de empresários, além da irrigação de recursos públicos oriundos de
gabinetes parlamentares, também oferece reflexões sobre o controle do abuso
do poder político e econômico que impactam as eleições.

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