É possível ensinar a votar? Prelúdios sobre um modelo pedagógico do voto

Resumo

A educação para cidadania no atual contexto democrático tem exigido
o desenvolvimento de soluções capazes de enfrentar a contingência e a
complexidade naturais desse novo ambiente. Seja pelo aspecto pedagógico,
seja pelos temas que compõem o núcleo multidisciplinar da matéria,
pesquisadores têm buscado compreender como se desenvolve o processo de
educação no ambiente político e eleitoral. Nesse contexto, tem sido desafiador
trabalhar a qualidade do voto do eleitor, sobretudo sob o risco de tocar em
questões sensíveis, como o distanciamento entre educador e educando.
Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo apresentar um modelo
pedagógico capaz de auxiliar a escolha de candidatos a cargos políticos. Para
isso, e reconhecendo a intertextualidade inerente ao tema, foi preciso trazer
para o universo da educação conceitos já sedimentados por outros ramos da
ciência, notadamente os de avaliação da qualidade de candidatos. Partiu-se
da premissa de que candidatos podem ser observados como produtos em
um microssistema eleitoral e, assim, semelhante ao modelo de qualidade de
produtos, poderia ser desenvolvido um modelo de qualidade de candidatos
específicos para o contexto eleitoral. Há muitas vantagens em se utilizar um
modelo como esse, sobretudo por colocar a teoria da educação no centro do
debate político, reconhecendo ter papel fundamental de propulsor da reflexão
crítica dos conflitos sociais. Dessa forma, apresentou-se um modelo pedagógico
que auxilia a escolha de candidatos a cargos políticos, propondo nova forma
de enxergar o problema da educação para cidadania.